Com a autorização do neuro para
iniciar a fisioterapia, fizemos uma peregrinação nas clínicas de fisioterapia
existentes em nossa cidade. Inicialmente
visitamos todas as clínicas credenciadas ao plano de saúde. Quando relatávamos aos fisioterapeutas o
caso, era visível o conceito prévio que eles tinham sobre síndrome de West, que
se restringia ao contato com crianças maiores já com sérias sequelas, oriundas
do tratamento inadequado ou simplesmente da falta de tratamento em tempo hábil,
que utilizavam os serviços oferecidos pelas faculdades locais para fisioterapia
gratuita.
Chegamos a ouvir de uma profissional,
totalmente despreparada e imatura, “pai, não há prognóstico para o seu filho
andar.” O que não é verdade,
simplesmente demonstra a falta de conhecimento sobre esta doença.
Iniciamos a fisioterapia em uma das
clínicas conveniadas ao plano, mas o profissional com muita boa vontade
aparentava não saber o que fazer com o Pedrinho, que felizmente não perdeu o
tônus muscular nem tampouco a força para segurar o pescocinho. Ele precisava de fisioterapia justamente para
não regredir e “treinar o cérebro” a realizar os movimentos necessários e assim
conseguir evoluir.
A nossa busca por outro profissional
continuou até encontrarmos a fisioterapeuta Sílvia Brasileiro, especialista em
fisioterapia neurológica utilizando o método bobath, que é um tipo
especializado de fisioterapia, onde o conceito é a inibição dos padrões
reflexos anormais e a facilitação dos movimentos. O paciente aprende a sensação do movimento e
não o movimento em si.
Chegamos até a Sílvia por indicação
de uma outra fisioterapeuta, que foi aluna da Sílvia e nos falou que ela seria
a única e mais indicada para o tratamento do Pedrinho. Buscamos ela imediatamente e conseguimos um
horário na agenda super lotada dela.
Atendimento particular e caro, mas vale a pena o investimento.
E não se trata de uma fisioterapia
motora simplesmente, o mais indicado é uma fisioterapia neurológica, que vai
ensinar o cérebro do bebê a fazer e os movimentos, para compreender os
movimentos. A fisioterapia também é
essencial para evitar a hipotonia, muito comum nestes casos. Graças a Deus o nosso Pedrinho nunca chegou a
ser hipotônico.
O controle das crises e o eletro
limpo atribuo aos medicamentos. Mas a
fisioterapia leva às honras quando o assunto é o desenvolvimento motor do
Pedrinho. Mesmo em meio às crises ele
continuou evoluindo, logicamente em um ritmo lento, mas o simples fato de não
perder o tônus muscular e o controle motor já foi uma grande vitória.
O Pedrinho ficou sentado sem apoio
aos sete meses e no dia 29/10/2011 (então com 9 meses) começou a engatinhar na
posição de gatinho (com 4 apoios), pois antes ele se arrastava.
No dia 27/11/2011, quando levamos o
Pedrinho para brincar na Dulim (uma sorveteria da cidade que tem um playground ótimo para as crianças), o
Pedrinho engatinhou com firmeza pelo tapete de borracha e, apoiado numa
cadeira, ficou em pé pela primeira vez.
Que festa.
Depois disso foi melhorando o
equilíbrio e a postura a cada dia.
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